O advogado italiano Angelo Alessandro Sammarco, responsável pela defesa da deputada Carla Zambelli (PL-SP) na Itália, afirmou após a audiência desta sexta-feira (01) na Corte de Apelo de Roma que sua cliente está colaborando com a Justiça e se considera vítima de perseguição política por parte do Judiciário brasileiro.
O jornalista Jorge Biancchi acompanha com exclusividade para a Bahia os desdobramentos do caso. Sammarco explicou que a audiência foi uma etapa obrigatória do processo de extradição solicitado pelo Brasil, após a prisão provisória de Zambelli pela polícia italiana.
“Como no caso em questão, a Corte de Apelo recebeu da autoridade brasileira o pedido de extradição e de aplicação da medida de custódia em prisão. Como houve o pedido e a prisão provisória por parte da polícia italiana, a Corte validou a prisão e determinou a custódia no presídio”, afirmou o advogado.
Segundo ele, dentro do prazo de cinco dias, a lei italiana exige que a ré seja ouvida oficialmente. O interrogatório foi realizado nesta manhã, com duração de cerca de duas horas.
“Zambelli respondeu muito bem às perguntas. Ela se declarou inocente e afirmou que é vítima de perseguição política. Disse que não quer ser extraditada ao Brasil porque a Justiça brasileira, no caso dela, violou direitos fundamentais do réu”, declarou Sammarco.
De acordo com o defensor, a alegação de violação de garantias será um dos principais pontos debatidos no processo de extradição.
“A Itália não pode entregar uma pessoa condenada que passou por um julgamento que não tenha sido conduzido de forma regular. Esse é o ponto crucial de toda a questão da extradição”, ressaltou.
Sobre a situação atual de Zambelli, o advogado confirmou que ela permanecerá detida por ora, mas que a defesa já apresentou um pedido de soltura.
“Neste momento, ela continua presa. Mas já protocolamos um pedido de liberdade, sustentando que ela não tem intenção de fugir. Pelo contrário, ela mesma se entregou. Veio à Itália justamente para se submeter à Justiça italiana”, disse.
Sammarco destacou ainda que sua cliente “confia na Justiça italiana” e pretende permanecer no país para enfrentar todo o processo legal.
“Não há nenhum risco de fuga. É ela quem quer estar na Itália para enfrentar essa situação diante de um sistema de Justiça no qual ela confia”, finalizou.
Site De Olho na Cidade
*Com informações de Jorge Biancchi, direto de Roma
Nenhum comentário:
Postar um comentário