A investigação ainda não identificou qual o animal peçonhento que picou Cid, mas amigos que estavam com ele levantaram a possibilidade de que a picada tenha sido provocada por uma aranha-marrom. A professora titular do Instituto de Biologia da Universidade Federal da Bahia (Ufba) e coordenadora do Núcleo Regional de Ofiologia e Animais Peçonhentos (Noap/Ufba), Rejane Lira, frisa que esse tipo de aranha não é comum nessa região e que é preciso aguardar a investigação.
"Das oito espécies de Loxosceles, conhecidas popularmente como aranhas-marrons, da Bahia, somente duas já foram registradas para a Mata Atlântica, em área de grutas em Pau Brasil, no Sul da Bahia, e apenas uma aranha em Salvador, na Lagoa do Abaeté. É necessária uma visita técnica ou expedição para realizar vistoria a fim de encontrar a Loxosceles, já que muitas aranhas são marrons, mas não têm importância médica", afirmou.
A especialista explicou que a maioria das espécies encontradas na Bahia estão na Chapada Diamantina e que elas preferem a caatinga e regiões de caverna. Quando estão na zona urbana, os animais se abrigam nas frestas das paredes, ralos, embaixo de pedras e no entorno das casas. Em 37 anos de pesquisa o Núcleo Regional de Ofiologia e Animais Peçonhentos não encontrou registro desse animal no Baixo Sul.
"O óbito pela picada de aranha-marrom é normalmente por insuficiência renal aguda. Como o veneno degrada as hemácias a hemoglobina acaba se depositando nos rins. A intubação do paciente, como parece ter ocorrido nesse caso, ocorre quando há acidentes que têm ações neurotóxicas no veneno, o que causa insuficiência respiratória. Não é o caso da aranha-marrom", explicou a professora.
Conteúdo: Correio24horas
Nenhum comentário:
Postar um comentário