sexta-feira, 30 de agosto de 2019

Fechamento de hospitais psiquiátricos é visto como 'criminoso' pela comunidade e médicos



Fechamento de hospitais psiquiátricos é visto como 'criminoso' pela comunidade e médicos
Foto: Reprodução/Google Maps

Com a aprovação do Plano de Desinstitucionalização da Bahia, que visa substituir o modelo de atenção hospitalocêntrico por uma rede de serviços inseridos na comunidade, o governo do estado se prepara para fechar seus hospitais psiquiátricos. Atualmente, há quatro unidades do tipo na Bahia: o Hospital Especializado Afrânio Peixoto (HEAP), em Vitória da Conquista; o Hospital Especializado Lopes Rodrigues (HELR) em Feira de Santana; o Hospital Especializado Mário Leal (HEML) e o Hospital Juliano Moreira (HJM), em Salvador.

O plano foi aprovado pelo secretário estadual de Saúde, Fábio Vilas-Boas, no último dia 13. Já a publicação foi feita no Diário Oficial do Estado na sexta-feira passada (23).

Desde então, o material passou a ser alvo de críticas. O deputado estadual José de Arimateia (PRB), por exemplo, discursou contra a medida no plenário da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA). Na avaliação dele, a portaria vai na contramão da "Nova Política Nacional de Saúde Mental".

A avaliação dele é referendada pela médica Miriam Elza Gorender, presidente da Associação Psiquiátrica da Bahia (APB). Em entrevista ao Bahia Notícias, ela afirma que a medida "é baseada em uma legislação toda caduca, que não é mais válida".

"Há anos que nós estamos tentando conversar com o secretário. Ele não escuta e tem demonstrado nenhuma preocupação com o destino dos pacientes e das famílias, chegou a dizer em uma dessas reuniões que a saúde mental é sempre a última prioridade. A gente teve reunião com ele há uns dois anos mais ou menos e ele continua nesse curso como se a gente não tivesse feito reunião nenhuma, essa é a verdade", acusa.

Já a Sesab argumenta que “o trabalho é resultado de um esforço conjunto”. Diferente do que diz a psiquiatra, a pasta pontua que foram ouvidos técnicos das gestões estaduais e municipais, representantes das universidades públicas da Bahia, profissionais, usuários e familiares, representados por entidades que se dedicam à defesa e garantia dos direitos humanos.


(Bahia Notícias)


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