
Ex-coordenadora da Operação Lava Jato, a delegada da Polícia Federal Érika Marena defendeu nesta sexta-feira, em Salvador, a aprovação do Pacote Anticrime, enviado à Câmara dos Deputados pelo ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro. Atual conselheira do antigo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), ela também minimizou as críticas sobre a ida do órgão para o comando do Banco Central.
Publicada na edição de terça-feira, 20, do Diário Oficial da União, a Medida Provisória editada pelo presidente Jair Bolsonaro, que retirou a instituição das atribuições do Ministério da Economia, abriu brechas para nomeações políticas ao conselho deliberativo. Até então, apenas servidores públicos poderiam integrar a unidade.
Érika foi palestrante do 4° Simpósio Nacional de Combate à Corrupção, no qual fez o painel "Operação Lava Jato – origem, evolução e perspectivas". Ao falar sobre como o combate à corrupção poderia ser fortalecido no país após a experiência com a operação, a delegada disse que a principal forma seria a aprovação do pacote de Moro. Ela foi indicada ao Coaf pelo ex-juiz e aparece em conversas divulgadas pelo site The Intercept Brasil recebendo orientações do na época magistrado.
"Peço que as pessoas defendam o pacote Anticrine. É isso o que quero vislumbrar para o país", afirmou. Segundo ela, algumas medidas que estão no pacote fortaleceriam o combate à corrupção, como acordos de leniência em ações de improbidade, equipes conjuntas de investigação, confisco de obras de arte e venda de bens em execução provisória.
Ela ainda disse que as indicações políticas para a Unidade de Inteligência Financeira, o novo Coaf, estão previstas em lei. A delegada também reivindicou a aprovação da PEC 412, que dá autonomia à PF. Isso poderia, na sua avaliação, evitar que investigações tocadas pela corporação sejam prejudicadas por cortes orçamentários, por exemplo.
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