terça-feira, 21 de maio de 2019

MENSAGEM DO DIA: Um Braço Amigo





Aquela era uma noite como outra qualquer para aquele moço que voltava 
para casa pelo mesmo roteiro de sempre, há três anos. 
Ele seguia tateando com sua bengala para identificar os acidentes do 
caminho, que eram seus pontos de referência, como todo deficiente 
visual. 

Mas, naquela noite, uma mudança significativa havia acontecido no seu 
caminho: um pequeno arbusto, que lhe servia de ponto de referência e 
estava ali pela manhã, fora arrancado. 

A rua estava deserta e ele não conseguia mais encontrar o rumo de casa. 
Andou por algum tempo, e percebeu que havia se afastado bastante da 
sua rota, pois verificou que estava numa ponte sobre o rio que separa a 
sua cidade da cidade vizinha. 

Era preciso encontrar o caminho de volta. Mas como, sem o auxílio da 
visão? Começou a tatear com sua bengala, quando uma voz trêmula de 
mulher lhe indagou: 
- O senhor está encontrando alguma dificuldade? 

- Acho que me perdi, respondeu o rapaz. 

- Foi o que pensei, comentou a mulher. 

- Quer que o acompanhe a algum lugar? 

O rapaz lhe deu o endereço e ela, oferecendo-lhe o braço, o conduziu até 
à porta de casa. 

- Não sei como lhe agradecer, falou o moço. 

- Eu é que lhe devo um sincero agradecimento, respondeu ela, já com 
voz firme. 

- Não compreendo, retrucou o rapaz. 

E a jovem senhora então explicou: 
- Há uma semana meu marido me abandonou. Eu estava naquela ponte 
para me suicidar, pois geralmente àquela hora está deserta. Aí encontrei 
o senhor tateando sem rumo e mudei de idéia. 

A mulher disse boa noite, agradeceu mais uma vez, e desapareceu na rua 
deserta. 

*** 

Também, em nossas vidas, talvez tenhamos passado por experiências 
semelhantes à das personagens dessa história. Quantas vezes já não 
sentimos vontade de sumir, de pôr um fim ao sofrimento que nos visita e 
um braço amigo nos sustentou antes da queda. 

Ou, quiçá, já tenhamos nos sentido perdido, sem rumo, sem esperança, e 
uma voz se fez ouvir e nos indicou uma saída. 

Quem já não se sentiu numa situação assim, vivendo ora como o socorro 
que chega, ora como o socorrido? Tudo isso nos dá a certeza de que 
nunca estamos sós. Alguém invisível vela por nós e nos oferece um braço 
amigo nas horas de desespero. Ou, então, inspira-nos a oferecer nosso 
apoio a alguém que está à beira do abismo. 

A esse alguém é que alguns chamam anjo da guarda e outros de espíritos 
protetores. Não importa o nome que lhes demos, importa é que seguem 
conosco vida afora, sem cansaço.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Simone Mendes descarta retorno de dupla com Simaria: "Amo minha história e o que estou construindo"

  Foto: Divulgação Quem sonhava em ver Simone e Simaria juntas no palco novamente terá que voltar a dormir, já que esta, talvez, será a únic...