segunda-feira, 3 de abril de 2017

SORO CONTRA VENENO DE ABELHAS COMEÇA A SER TESTADO EM HUMANOS


(Agência Brasil)

A primeira fase de testes do soro antiapílico - para combater o veneno das abelhas – chegou à metade do estudo nessa sexta-feira (31). O décimo paciente picado pelos insetos recebeu o soro no período de estudo clínico, quando a medicação é testada em seres humanos.

Esta fase do Estudo APIS teve início em fevereiro de 2016 e precisa alcançar 20 pacientes nesta primeira etapa, que tem por objetivo avaliar a segurança do soro. As pesquisas para se chegar a soro começaram há quatro anos, por meio de um consórcio entre o Centro de Estudos de Venenos e Animais Peçonhentos da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Cevap/Unesp) e o Instituto Vital Brasil.

Comunidade Anã - O meliponicultor Alvair Godinho faz cultivo de abelhas na comunidade (José Cruz /Agência Brasil)
A estimativa é que 50 pessoas morrem por ano no Brasil em decorrência de múltiplas picadas de abelhasArquivo/José Cruz /Agência Brasil


Em 2013, liderado pela Faculdade de Medicina da Unesp e por sua Unidade de Pesquisa Clínica (Upeclin), o Estudo APIS foi entregue para análise das instâncias regulatórias no Brasil, o sistema CEP-Conep (Comitês de Ética em Pesquisa e Conselho Nacional de Saúde) e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Também participam da pesquisa duas importantes instituições de ensino e pesquisa no Brasil: Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM - Uberaba/MG) e Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul - Tubarão/SC).

O médico infectologista Alexandre Naime Barbosa, pesquisador clínico do estudo, tem boas expectativas quanto ao soro. “Já aplicamos [o soro] em dez pacientes e não houve nenhum efeito colateral. Ainda não dá para ter grandes conclusões, mas já um indicativo de que ele pode ser promissor. A expectativa é que se consiga fazer um estudo com centenas de pacientes para mostrar a eficácia do soro, que pode ajudar a reduzir o número de mortes”.

A estimativa é que 50 pessoas morrem por ano no Brasil em decorrência de múltiplas picadas de abelhas.

“Quando a pessoa toma mais de 200 picadas, a quantidade de veneno é suficientemente grande para a intoxicação. Cada abelha tem pouco veneno, mas uma concentração muito alta atinge os músculos, gerando um problema sério de sobrecarga renal. Essa é a causa mais comum de óbito em pacientes que sofrem inúmeras picadas de abelhas”, esclareceu Barbosa.


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