segunda-feira, 16 de março de 2015

Com discurso de 'Fora Dilma', milhares vão às ruas e despertam reação do governo


Fonte: IG.


Os protestos de domingo (15), convocados pelas redes sociais, reuniram milhares de manifestantes em algumas das cidades mais importantes do Brasil. São Paulo, como já se esperava, foi o polo centralizador dos atos de hoje. A Avenida Paulista contou com 1 milhão de pessoas, segundo cálculos feitos pela Polícia Militar.
Os números da Polícia Militar paulista alimentaram polêmica nas redes sociais, já que aumentaram exponencialmente em intervalos de menos de uma hora, como mostrou a conta no Twitter da PM de São Paulo. Houve quem argumentasse que os protestos de julho de 2013 mostravam um número maior de pessoas, não só ocupando a Paulista, mas outras avenidas importantes da cidade.

Na onda do panelaço do domingo (8), manifestante foi para a Avenida Paulista neste dia 15 com panela de pressão
Uriel Punk/Futura Press
Na onda do panelaço do domingo (8), manifestante foi para a Avenida Paulista neste dia 15 com panela de pressão














Para o Instituto Datafolha, a participação dos anti-Dilma neste domingo, ainda que relevante, foi bem menor que a apontada pela polícia. Teriam sido 210 mil pessoas em São Paulo.
De uma forma geral, os protestos nas capitais foram pacíficos – um dos temores tanto do governo quanto dos organizadores dos protestos.
Em São Paulo, o que mais chamou a atenção foi a prisão de um grupo, o Carecas do Subúrbio, que tentou se infiltrar no protesto. Alguns deles carregavam morteiros, gás de pimenta e soco inglês. Ainda segundo a PM, uma mulher que tentou tirar a roupa foi detida por ato obsceno e outra foi levada ao distrito policial por tentativa de furto. Um homem foi detido por disparar um rojão. Em Brasília, onde cerca de 40 mil pessoas teriam ido para as ruas, houve um tumulto no ato promovido à tarde, mas que foi controlado pela PM. 

Reação do Planalto
As manifestações foram acompanhadas durante todo o dia pelo Palácio do Planalto. Por volta das 18h30, coube aos ministros José Eduardo Cardozo, da Justiça, e Miguel Rossetto, da Secretaria-Geral da Presidência da República, avaliarem o impacto dos atos em uma entrevista coletiva. Com rapidez, os organizadores das manifestações convocaram um novo panelaço durante a entrevista, assim como se viu no domingo passado (8), durante o pronunciamento de Dilma no Dia Internacional da Mulher.
O Palácio optou por tirar da gaveta uma promessa feita por Dilma durante a campanha presidencial para tentar minimizar a tensão política e tentar aproximar o governo do Congresso e dos movimentos sociais. A ideia é ter em breve um pacote anti-corrupção e permitir a participação de partidos e movimentos sociais na discussão.
Pelo Twitter, o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, analisou os comentários de Cardozo e Rossetto. Para ele, o ministro da Justiça "insiste num erro deliberado e frequente: o de insinuar que as iniciativas do MPF e da PF são impulsionadas pelo Governo." Barbosa elogiou o comentário de Rossetto ao criticar os discursos pró-intervenção militar, mas achou que a escolha dos dois ministros foi equivocada. "Num dia como o de hj, achei um erro botar ministros de Estado para falar. O momento era para a Chefe de Estado se dirigir à Nação. Ponto", escreveu.



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