Morreu no último sábado, 1º, a jovem Brittany Maynard, de 29 anos, que sofria de um agressivo tipo de câncer no cérebro e comoveu os Estados Unidos ao anunciar que marcara seu suicídio assistido, informou neste domingo, 2, a ONG "Compassion & Choices".
"Com tristeza anunciamos a morte de uma mulher querida e maravilhosa, Brittany Maynard. Ela morreu em paz, em sua cama, rodeada por sua família e entes queridos", disse a organização, que se dedica a assessorar doentes terminais que desejam uma morte digna.
"Compassion & Choices" não detalhou a data da morte de Brittany, que tinha marcado seu suicídio assistido para 1º de novembro, apesar de ter na quinta-feira adiado sua decisão para poder passar mais tempo com os seus familiares.
Último desejo
Ainda na última quinta-feira, Brittany divulgou em seu blog que havia concluído o último item de uma lista de desejos que montou quando decidiu a data de sua morte.
Acompanhada de seus pais e seu marido, Brittany visitou o Grand Cânion. "Tive a oportunidade de desfrutar meu tempo com as coisas que mais amo na vida: minha família e a natureza", afirmou a jovem na página de internet. A experiência, no entanto, não foi totalmente positiva porque, como ela disse, "é impossível esquecer do meu câncer".
"As fortes dores na cabeça e no meu pescoço estão sempre por perto. E, infelizmente, tive a pior convulsão até agora. Fiquei sem falar por um tempo, até retomar a consciência."
No mesmo texto, a americana diz que seu sonho é que todos que sofrem de doenças terminais possam morrer da maneira que desejarem.
Permissão para morrer
A história de Brittany vem tendo uma grande repercussão nos Estados Unidos, onde ganhou fôlego o debate sobre a eutanásia.
A jovem e seu marido se mudaram da Califórnia para o Estado do Oregon - um entre cinco Estados americanos onde o suicídio com assistência de médicos é permitido.
Após se estabelecer como residente no local, ela teve de provar que tinha menos de seis meses de vida. Só assim a a paciente conseguiu uma receita médica para as drogas que usaria para sua morte.
Maynard compartilhou sua experiência com a entidade sem fins lucrativos Compassion & Choices, que faz pressão por uma legislação que legalize a eutanásia.
Ela também lançou uma campanha na mídia onde explicava a situação junto com sua família. A campanha incluiu um vídeo publicado no YouTube.
Em um determinado momento do vídeo, Maynard é vista abrindo a bolsa e retirando dois vidros que, presume-se, conteriam medicamentos para dar fim à sua vida.
"Quando eu precisar, sei que estão aqui", ela diz para a câmera. O vídeo foi visto mais de 5,6 milhões de vezes.
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